domingo, 25 de janeiro de 2009

Autorizado primeiro ensaio clínico de terapia com células estaminais embrionárias

A empresa de biotecnologia americana Geron obteve hoje a autorização para fazer o primeiro ensaio clínico em humanos de uma terapia que usa células estaminais embrionárias, anunciou hoje a empresa.

Esta terapia destina-se a tratar lesões medulares que resultem em paralisia. Em comunicado, a empresa californiana avançou que a FDA, a agência americana responsável pela regulamentação do sector farmacêutico, deu luz verde para um ensaio de fase I de uma linha celular identificada como GRNOPC1.

Nesta etapa, a técnica é testada num pequeno grupo de pacientes de forma a avaliar a tolerância à introdução de células extraídas de embriões. A inserção das células é feita através de uma injecção dada no local onde a medula está lesionada. É fundamental que o tratamento seja administrado pouco tempo após a lesão: entre sete a 14 dias depois da pessoa ter ficado paraplégica.

Com este método, os cientistas esperam poder regenerar as células nervosas danificadas e, potencialmente, permitir que a pessoa paralisada possa voltar a ter sensibilidade e a readquirir a capacidade de se movimentar.

O pedido para a utilização deste método foi entregue na FDA em 2001 e suportado por um relatório de 21 mil páginas, onde a empresa demonstrava a eficácia do método quando aplicado em ratos e ratazanas.

As células estaminais ou células indiferenciadas, ou seja, sem uma função específica, são as únicas com capacidade para se transformarem em qualquer tipo de célula. Para além das embrionárias, há tecidos adultos que também são redutos deste tipo de células, como o sangue, a medula óssea, cordão umbilical e até a mucosa olfactiva.

A principal dificuldade para os investigadores é conseguir programar estas células de modo a que se transformem nas células dos tecidos que eles desejam obter.

Mas os problemas éticos do seu uso resumem-se às células retiradas de embriões, uma vez que, embora sendo as mais promissoras para a ciência, implicam a destruição do embrião. Por isso a ciência precisa de recorrer a embriões excedentários das técnicas de reprodução médica assistida, congelados nas clínicas da especialidade.

O anúncio da Geron chega a menos de três dias da partida de George W. Bush, que tinha proibido o financiamento público da investigação em células estaminais embrionárias desde 2001.

Um dos maiores defensores desta técnica foi o actor Christopher Reeve, celebrizado pelo papel de Super-Homem, e que ficou tetraplégico após a queda de um cavalo em 1995.

In Publico

Um comentário:

Anônimo disse...

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